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Planejamento para o topo

Planejamento para o topo
Jon Enoch
Redacción
The Coaches' Voice
Publicado el
abril 14 2022

Thomas frank

Brentford, 2018-Presente

Quando disse à minha esposa, Nanna, que não estava seguro sobre ir ao Brentford, pude ouvir a decepção em sua voz.

Era a oportunidade de se mudar a Londres. Mas, sobretudo, era um trabalho de auxiliar técnico. Ela gostava da ideia de eu não ter a pressão de ser o treinador principal. 

Porém, a minha ambição era voltar a ser treinador principal. Tinha sido no Brondby entre 2013 e março de 2016. Depois de seis meses de descanso para recarregar as energias, recebi uma ligação de Rasmus Ankersen, um dos diretores do Brentford. Ele queria saber se eu tinha interesse em ser auxiliar de Dean Smith (abaixo) junto com Richard O’Kelly.

Eu queria um novo desafio, algo longe da Dinamarca, e minha família queria a experiência de viver uma nova cultura.

Não é fácil encontrar um bom equilíbrio entre trabalho e vida privada, quando se é treinador. É quase impossível. Então, neste sentido, a proposta era atraente. 

No começo, hesitei porque a oportunidade parecia ser um passo atrás em termos de responsabilidades. Mas, depois de duas entrevistas e muitas conversas com o clube sobre as ambições do Brentford e como fazer para alcançá-las, a ideia de aceitar a proposta foi se tornando cada vez mais atraente. 

Thomas Frank y el entonces técnico del Brentford: Dean Smith.
Thomas Frank começou como auxiliar do então treinador do Brentford, Dean Smith. Bryn Lennon/Getty Images

O estilo de jogo que queriam que o time praticasse era do meu agrado, e eles gostaram das minhas ideias para a equipe. Queríamos ser um time agressivo, que pressionasse e tivesse posse de bola, assumindo o controle dos jogos. 

Além disso, havia um grande interesse pela cultura do clube. 

E ainda tinha a Nanna, que achava tudo perfeito. A decisão foi uns 50% pela minha carreira, e os outros 50% pela Nanna e pelas crianças. Decidimos arriscar. 

Estou feliz da vida de ter tomado aquela decisão. Fui auxiliar técnico por dois anos - entre dezembro de 2016 e outubro de 2018 -, período que me ensinou muito sobre a Championship e sobre o futebol inglês. E quando Dean saiu para ir ao Aston Villa, com muito gosto assumi o cargo de treinador principal. 

Era o momento certo para eu voltar ao comando.

“TEMOS UMA CULTURA DE ‘NÃO AOS BABACAS’, E QUEREMOS GENTE COM A ATITUDE ADEQUADA: SEGURAS DE SI MESMAS, MAS HUMILDES”

Aí, como se fosse um teste da confiança dos proprietários e diretores sobre o meu trabalho, perdi oito dos dez primeiros jogos. Foi uma sequência horrível, que não trazia muita esperança nem a eles, nem aos torcedores. 

Por sorte, me deram o tempo necessário para mudar as coisas e tivemos um bom fim de temporada. Encontramos um sistema que se adaptava aos jogadores e, juntos, tínhamos a sensação de estar construindo algo que valia a pena. 

Depois, no fim da temporada 2018/19, fizemos o que o Brentford sempre faz: vendemos alguns jogadores.  

Estamos de acordo em vender jogadores importantes quando chega uma proposta adequada. O que significou perder o nosso artilheiro em cada um dos meus primeiros dois verões como técnico principal. 

Só precisamos nos assegurar de que faremos o possível para encontrar a melhor reposição. 

Tanto Frank como su asistente Brian Riemer vienen del mundo formativo
Tanto Frank como seu auxiliar Brian Riemer vêm do departamento de formação de atletas. George Wood/Getty Images

Nossas contratações requerem muito tempo, esforço e recursos. Aí, entra a minha experiência no desenvolvimento de talentos. Esta foi a minha função nos meus primeiros 20 anos como treinador. Vale o mesmo para meu auxiliar, Brian Riemer, e Kevin O’Connor, que esteve no comando da equipe B antes de migrar para a comissão do time principal. Ambos têm uma formação parecida com a minha. Gostamos de contratar jovens atletas e trabalhar para melhorá-los. 

Temos um psicólogo do esporte, um nutricionista, cozinheiros e gente focada em trabalhar a mentalidade dos jogadores. Tudo está organizado para que tiremos o máximo dos nossos atletas, para que atinjam o mais alto nível. 

Mas não nos limitamos em fazer com que sejam apenas jogadores melhores. Também queremos que sejam pessoas melhores. Temos uma cultura de “não aos babacas”, e queremos gente com a atitude adequada: seguras de si mesmas, mas humildes. Gente disposta a trabalhar duro.

Para nós, é muito importante contratar jogadores que se adaptem ao sistema, tanto dentro como fora de campo.

“AINDA NÃO TÍNHAMOS ENCONTRADO REPOSIÇÃO PARA OS GOLS DE NEAL MAUPAY, MAS EU TINHA UM PLANO”

Uma vez que encontramos o jogador adequado, nos esforçamos muito para desenvolvê-lo como jogador e como pessoa. Se atingirmos esse objetivo, seu valor aumentará de forma natural, o que é obviamente importante para o clube.

Fico muito feliz em contratar um jogador a baixo custo e vendê-lo por muito mais. É a prova de que fiz bem o meu trabalho, porque contribuí para a evolução do atleta.

Então, na minha primeira janela de transferências no verão como treinador, vendemos ao Brighton o nosso artilheiro, que foi o vice-artilheiro da Championship, Neal Maupay. Vendemos também Ezri Konsa ao Aston Villa, e Romaine Sawyers ao West Brom. Eram os jogadores que mais tinham jogado minutos pela equipe naquela edição da Championship. E vendemos todos eles. 

Entretanto, não entramos em pânico. Sabíamos que tínhamos terminado bem a temporada, e que as transações trariam capital para voltarmos a investir. 

Thomas Frank. Entrenador del Brentford.
Thomas Frank. Jon Enoch

Compramos um novo goleiro, David Raya, e dois novos zagueiros: Ethan Pinnock e Pontus Jansson. Contratamos ainda um volante, Christian Norgaard. Formava-se uma nova estrutura defensiva: um goleiro, dois zagueiros e um volante. As coisas começavam a ficar interessantes. 

Na sequência, trouxemos outro meio-campista, Mathias Jensen, e um extremo, Bryan Mbuemo. Eram jogadores muito bons - como podemos comprovar em suas atuações na Premier League -, mas sabíamos que necessitariam de tempo para se encaixarem na equipe. Era o alicerce de algo realmente muito positivo. 

Por outro lado, ainda não tínhamos encontrado reposição para os gols de Neal. 

Mas eu tinha um plano. 

Tínhamos visto o potencial de um jogador que não apenas estava em nosso elenco, como já fazia parte do time titular. 

“POR MESES TÍNHAMOS PERSEGUIDO O WEST BROM. DE REPENTE, COM UM EMPATE, PODÍAMOS ULTRAPASSÁ-LOS”

Ollie Watkins tinha marcado 10 gols atuando como extremo, mas consideramos que podia jogar como centroavante. Apostamos nele.

Brian Riemer e eu sabíamos que Ollie tinha a ambição de jogar na Premier League. Sentamos para conversar com Ollie e dissemos: “Você não vai a nenhum lugar agora. Se você for deixar a gente, tem que estar em alta”.

“Esta temporada, você teve um desempenho mediano. Se tiver que sair, que seja depois de uma grande temporada”.

Na temporada seguinte, ele marcou 25 gols para nós, atuando como centroavante (abaixo). E foi um dos melhores jogadores da Championship.

Antes do início da competição, sabíamos do nosso potencial de ficar entre os seis primeiros colocados. E quando os reforços se adaptaram, tudo começou a se encaixar. 

Ollie Watkins brilló bajo el mando de Thomas Frank en la Championship.
Ollie Watkins anotou 25 gols na Championship.  Alex Pantling/Getty Images

Passamos a campanha entrando e saindo da zona de classificação aos playoffs. E depois começamos a nos firmar e escalar a tabela de classificação. Quando a temporada foi interrompida por causa da pandemia, estávamos na quarta posição, mas dez pontos atrás do West Bromwich, segundo colocado e último a obter acesso automático à divisão de elite.

Foi um momento estranho quando retornamos para o que era essencialmente uma pré-temporada em meio à temporada. Tivemos quatro ou cinco semanas, mas nas duas primeiras não pudemos treinar em grupo. Fomos obrigados a programar treinos individuais e as reuniões táticas eram via FaceTime. 

Mas conseguimos conduzir bem. Curiosamente, tínhamos perdido alguns atletas por lesão um pouco antes da pausa. Quando voltamos, estava todo mundo recuperado. 

O primeiro jogo que tivemos foi contra o Fulham, que estava em terceiro. Aos 43 minutos do segundo tempo, seguia 0 a 0. Marcamos dois gols no fim e vencemos o confronto direto. Todos os rivais acima de nós na classificação perderam pontos na rodada. Assim, ficamos a oito pontos de distância do líder. 

Na sequência, enfrentamos o West Brom, que estava nas posições de acesso automático. Fomos melhores do início ao fim, ganhamos por 1 a 0, reduzindo para cinco pontos a distância para as duas primeiras posições.

“TIVEMOS ALGUNS JOGADORES QUE SENTIRAM A PRESSÃO E PERDEMOS”

A nossa confiança só aumentava e vivíamos um grande momento. Comecei a achar que o cenário era bem positivo. 

Ganhávamos jogo atrás de jogo, e os rivais seguiam tropeçando. Vencemos os nossos primeiros sete jogos após o recomeço do campeonato. Quando faltavam duas partidas para o fim, estávamos a um ponto do segundo colocado, o West Brom. 

Na penúltima rodada, o West Brom jogou na sexta-feira à noite e perdeu. Nós jogávamos no primeiro horário do sábado, fora de casa contra o Stoke, que lutava contra o rebaixamento. 

Era uma sensação diferente. Durante semanas, meses, tínhamos perseguido o West Brom. De repente, com um empate, podíamos ultrapassá-los e assumir uma das posições de acesso automático. 

A dinâmica havia mudado. 

Brentford desaprovechó la oportunidad de terminar en el segundo puesto tras un revés con Barnsley
O Brentford de Thomas Frank desperdiçou a oportunidade de terminar a Championship na segunda colocação após perder para o Stoke City. David Rogers/Getty Images

Tivemos alguns jogadores - eu diria que apenas dois ou três - que sentiram a pressão, e nós perdemos o jogo (acima). 

Mas mesmo assim, não merecíamos perder. Se aquele jogo com o Stoke se repetisse dez vezes, em seis ou sete terminaria empatado. É uma loucura que não tenhamos conseguido o ponto que nos levaria ao segundo lugar. 

Ficou tudo por fazer na última rodada. Precisávamos de um resultado melhor do que o do West Brom. 

Jogamos em casa contra o Barnsley, que precisava vencer para ter alguma chance de não cair. 

Eles fizeram 1 a 0, mas empatamos e passamos a pressionar. Perdemos duas grandes chances de virar o jogo e fomos punidos com um gol do Barnsley nos acréscimos. 

“O FUTEBOL É UM JOGO TÃO ALEATÓRIO, QUE UM MOMENTO ASSIM PODE DEFINIR TODA UMA TEMPORADA”

Depois do apito final, soubemos que o West Brom tinha empatado com o QPR. Se tivéssemos vencido, teríamos subido à Premier League. Foi algo muito difícil de digerir. 

Havia muita frustração, muitas emoções no vestiário. Tinha sido uma montanha russa de emoções. A maioria das pessoas jamais entenderá o que é estar numa situação assim. 

Tínhamos chegado tão perto do acesso, e agora seria preciso levantar e nos preparar para o playoff contra o Swansea. O jogo de ida era apenas quatro dias depois da última rodada, porque a pandemia tinha comprimido muito o calendário. 

E não demorou para tomarmos outro golpe na cara. Depois de um polêmico cartão vermelho, perdemos o jogo de ida.  

Mas houve algo positivo: perdendo por 1 a 0 e com um jogador a menos, tivemos que mostrar resiliência. Aguentamos e saímos de lá com esperança. Saímos vivos na eliminatória.  

Thomas Frank celebró la victoria sobre Swansea y la clasificación a la final de los playoffs 2020.
Thomas Frank celebrou a vitória contra o Swansea e a classificação à final dos playoffs em 2021. Catherine Ivill/Getty Images

Na partida de volta, em casa, não demos chances a eles. Com 15 minutos, vencíamos por 2 a 0. O jogo terminou 3 a 1 (acima). Naquele dia, mostramos o quão bom podíamos ser. 

No playoff decisivo, o rival seria o Fulham. Tínhamos ganhado os dois jogos contra eles naquela temporada (1 a 0 e 2 a 0). Portanto, sabíamos que tínhamos bola para ganhar deles em um dia bom. 

Então, o David Raya, que era talvez o melhor goleiro da competição, cometeu um erro na prorrogação, e fomos derrotados. O futebol é um jogo tão aleatório, que um momento assim pode decidir uma partida. Um pequeno erro pode definir toda uma temporada.

Assim, tivemos que nos levantar e voltar para mais uma temporada na Championship. 

Antes disso, porém, veio outro verão repleto de acontecimentos. 

“MOSTREI A IVAN TONEY QUE ERA O ENCAIXE PERFEITO EM NOSSA EQUIPE”

Eu sei que Ollie Watkins queria ficar. Depois de uma temporada daquelas - vice-artilheiro da Championship com 25 gols -, ele queria jogar com a gente a Premier League. Se tivéssemos ganhado do Fulham, ele teria ficado. 

Mas ele queria jogar na divisão de elite, e eu tinha dito a ele um ano antes que se tivesse que sair, tinha que ser em alta. Depois daquela temporada, quem poderia culpá-lo por querer jogar no mais alto nível? Conseguiu uma grande transferência ao Aston Villa, e também vendemos Saïd Benrahma ao West Ham. Ou seja, perdemos dois dos melhores jogadores da Championship.

E começamos uma nova reconstrução. 

O problema é que só tínhamos um mês entre o playoff final e a estreia da nova temporada. 

Nossos diretores e Lee Dykes, do departamento de contratações, identificaram Ivan Toney (abaixo, à direita) como o jogador que queríamos. Marcamos uma reunião com ele. 

Thomas convenció a Ivan Toney que encajaba en el estilo de juego del Brentford.
Thomas Frank convenceu Ivan Toney de que se encaixaria no estilo de jogo do Brentford. George Wood/Getty Images

Apresentei a ele o nosso estilo de jogo e minha ideia de como se encaixaria nele. Quais são os principais atributos que queremos de um centroavante, e como ele se encaixaria nisso? Por exemplo, como ataca a área, como é seu jogo coletivo e como pressiona? 

Mostrei a ele que seria praticamente o encaixe perfeito em nossa equipe. Ficou interessado, mas pediu um tempo para pensar. Normal. 

Mas não tínhamos muito tempo. A nova temporada se aproximava rapidamente. 

Eu tirei uns dias de descanso e fui à Dinamarca, mas não parava de pensar em Ivan. Tive que ligar para ele. 

“NO INÍCIO DA TEMPORADA, EU CONFIAVA QUE PODÍAMOS FAZER ALGO GRANDE”

Parei em frente à casa de minha cunhada e liguei para ele.

“Ivan”, falei. “Não entendo”.

“Sei que outros clubes estão interessados. Mas se você se juntar a nós, marcará pelo menos 25 gols. Eu garanto”.

“A forma que jogamos, o tipo de jogador que você é... Tudo se encaixa. Tenho certeza que marcará essa quantidade de gols”.

“Ou sai o plano A, subimos juntos e você jogará a Premier League com a gente, ou você faz 25 gols e talvez consiga ir à Premier League sozinho”.

Consegui convencê-lo e provou ser a decisão correta para todos os envolvidos. 

Thomas Frank, entrenador del Brentford.
Thomas Frank. Jon Enoch

No início da temporada, eu confiava que podíamos fazer algo grande. E tinha um pressentimento fantástico de que Ivan podia ser especial para nós. 

Entre outubro e fevereiro, tivemos uma ótima sequência invicta: 21 jogos sem conhecer derrota na liga. Quando finalmente perdemos, éramos líderes da competição. 

“SÓ TINHAM 4.000 TORCEDORES, MAS PARECIAM 40.000”

Mas, então, vieram os buracos pelo caminho. As lesões nos golpearam. 

Perdemos Rico Henry, Henrik Dalsgaard e Josh DaSilva, além de Christian Norgaard, que já estava fora. Tivemos resultados adversos e saímos das primeiras colocações. 

Quando nos recuperamos, já era tarde demais. Pelo segundo ano consecutivo, terminamos na terceira posição e fomos aos playoffs.

Uma vez mais, perdemos o jogo de ida da semifinal dos playoffs por 1 a 0, dessa vez contra o Bournemouth. 

Thomas Frank dio una vuelta alrededor del estadio tras perder en casa la ida del playoff del 2020 contra Bournemouth.
Thomas Frank deu uma volta ao redor do estádio antes do jogo de volta contra o Bournemouth no playoff de 2021.Alex Pantling/Getty Images

Para a volta, planejamos tudo meticulosamente. Queria fazer tudo o que fosse possível para ganhar a partida. 

Mudei o meu discurso na preleção. Em vez de ficar na frente dos jogadores, os reuni e fiquei ao centro. Passei a descrever todas as qualidades que queria que mostrassem em campo. 

Então, Christian, que tinha tentado voltar para o jogo mas não se recuperou a tempo, pediu a palavra. Foi um discurso muito comovente. Só de lembrar, fico com a pele arrepiada. 

Antes do jogo, dei uma volta no estádio (acima). Tinham apenas 4.000 torcedores, mas pareciam 40.000. Tudo estava alinhado. Tudo parecia perfeito. 

“FOI TAL COMO DISSE A IVAN: O ‘PLANO A’ FUNCIONARIA”

Começamos em cima e ganhamos um escanteio no comecinho. Uma boa oportunidade, pensei. Ótimo.

Nos posicionamos à frente, como sempre fazíamos, sem deixar ninguém na linha de meio-campo. Aí, o Bournemouth afastou a bola e Arnaut Danjuma correu e fez o gol. Perdíamos o jogo por 1 a 0, e no placar agregado por 2 a 0.

Não podia acreditar. Virei para trás e chutei uma lixeira. Contei até 10. 

1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10.

Thomas Frank y sus jugadores celebran el ascenso del Brentford en 2021.
Thomas Frank e seus comandados celebram o acesso do Brentford em 2021. Catherine Ivill/Getty Images

Então, voltei a chutar a lixeira. 

Aí, me acalmei e os jogadores se recuperaram. Empatamos com um gol de pênalti e, depois, eles tiveram um jogador expulso. 

No intervalo, decidimos ser ainda mais ofensivos. Sabíamos que tínhamos que ir com tudo. 

Funcionou porque marcamos o segundo e o terceiro gols, e avançamos à decisão. 

Creio que foi a nossa melhor atuação da temporada. 

“QUANDO SOOU O APITO FINAL, A SENSAÇÃO MAIS PURA DE ALEGRIA, ALÍVIO E ORGULHO PERCORREU MEU CORPO”

O rival da final era o Swansea, e jogamos como fizemos na partida de volta da semifinal dos playoffs do ano anterior. Conseguimos golpeá-los rapidamente, e estávamos com 2 a 0 de vantagem aos 20 minutos.

Ivan marcou seu 33º gol da temporada e conseguimos o acesso à Premier League. Foi tal como lhe disse: o plano A funcionaria.

Mesmo com toda a experiência que tinha, a dois minutos do fim do jogo, eu seguia pensando que talvez não ganharíamos. Então, quando soou o apito final, foi uma sensação incrível (acima). 

Nunca havia tido uma enorme ambição de trabalhar na Premier League, mas tínhamos trabalhado tão duro durante tantos anos para chegar lá, que realmente queria alcançá-lo. Sobretudo, depois de ter perdido a final do playoff no ano anterior.

Los jugadores del Brentford celebran el ascenso a la Premier League en el 2021
Os jogadores do Brentford celebram o acesso à Premier League em 2021 com Thomas Frank. Catherine Ivill/Getty Images

Quando soou o apito final, a sensação mais pura de alegria, alívio e orgulho percorreu o meu corpo. A única coisa que consigo comparar é a sensação que tive quando nasceram meus filhos. 

Aquele momento, no campo, foi fantástico. Tínhamos conseguido. E nos asseguramos em desfrutar o momento, e também tivemos uma ótima festa mais tarde. 

Só que não estamos dispostos a parar aqui. Seguimos tendo grandes ambições, e queremos demonstrar que pertencemos ao topo. 

Sei que brincamos que somos apenas uma parada de ônibus em Hounslow (bairro de Londres), mas é só uma maneira de subtrair importância das coisas. 

Queremos estar aqui para ficar.